"A santidade não perde nunca a sua força atrativa, não cai no esquecimento, não sai da moda, aliás, com o passar do tempo, resplandece sempre com mais luminosidade, expressando a perene busca do homem a Deus". Foi o que disse o Papa Bento XVI na Missa que presidiu este domingo, 4, em sua visita à Sulmona, na Itália, por ocasião dos 800 anos do nascimento do Papa Celestino V.
O Santo Padre destacou os ensinamentos deixados por São Pedro Celestino, recordando que desde sua juventude ele "buscava a Deus". "Ele se coloca a caminho à procura da verdade e da felicidade, começa a procurar Deus e para ouvir a sua voz, decide se separar do mundo e viver como eremita", destaca Bento XVI. A partir daí, "o silêncio se torna o elemento que caracteriza sua vida cotidiana".
"É no silêncio exterior, mas sobretudo, no interior, que ele consegue ouvir a voz de Deus, capaz de orientar a sua vida", diz o Papa, e explica que diante de uma sociedade onde "não existe tempo para ouvir e para dialogar", não podemos ter medo de silenciar, "se quisermos ser capazes não somente de ouvir a voz de Deus, mas também daquelas pessoas que estão ao nosso redor".
Outro elemento importante da vida de São Celestino foi a compreensão de que "a descoberta do Senhor não foi resultado do seu esforço", explica o Papa, mas se tornou possível "com a graça de Deus que o acolhe".
"O que ele tinha, o que ele era, não vinha de si mesmo: lhe foi doado, era graça, e era por isso também responsabilidade diante de Deus e diante dos outros (...) Deus nos antecipa sempre e em cada vida existe o belo e o bom que nós podemos reconhecer facilmente como sua graça, como raio de luz de sua bondade. Por isso, devemos ficar atentos, manter sempre abertos os 'olhos interiores', e de nosso coração", destacou.
Bento XVI apontou ainda que a Cruz foi o centro da vida de São Celestino, ela "lhe deu força para enfrentar as amargas penitências e os momentos mais difíceis, desde a juventude até a última hora: ele sempre foi consciente de que dela vem a salvação".
E por fim, o Santo Padre destacou que o santo, mesmo tendo uma vida eremita, "não 'se fechou em si mesmo', mas foi tomado pela paixão de levar a boa nova do Evangelho aos irmãos". "O segredo de sua fecundidade pastoral estava no 'permanecer' com o Senhor, na oração".
Com o exemplo desse São Pedro Celestino, o Papa concluiu exortando a todos os fiéis de Sulmona a "permanerecem firmes na fé que receberam", que dá "sentido à vida e que doa a força de amar".
Kelen Galvan
CN
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